dezembro 17, 2008

A história de Tiago "Addict" Lopes contada pelo Jornal de Notícias

Há cerca de dois anos, Tiago Lopes trocou as voltas ao destino: pôs de lado o curso em Engenharia Industrial e Gestão para se dedicar inteiramente a jogar póquer on-line.
O mais difícil foi comunicar a decisão aos pais. "Chegar a casa e dizer que, nos próximos anos, o meu projecto de vida é jogar cartas não caiu bem. Eles preferiam ouvir-me dizer que pretendia acabar o curso, com média de 16". Há cerca de dois anos, Tiago Lopes, de 22 anos, trocou as voltas ao destino: pôs de lado o curso em Engenharia Industrial e Gestão, que frequentava na Faculdade de Engenharia do Porto, para se dedicar inteiramente a jogar póquer on-line.
Começou por fazê-lo em casa. Mas, há cerca de cinco meses, como que profissionalizou a opção. Com três amigos, arrendou um apartamento e, agora, é ali, como se fosse um escritório, que têm instalados os computadores e jogam. À noite, sobretudo. E, em média, duas a três horas.
Em termos de rendimento, Tiago fala numa "vida confortável" e "acima da média" dos portugueses. Mas na "profissão" escolhida agrada-lhe também a flexibilidade do horário. "Jogo quando quero e me apetece". Só não pode é parar de jogar. "Neste momento, é a minha única fonte de rendimento. Tenho de jogar!", assegura, admitindo que, por vezes, ligar os computadores, entrar nos sites... se torna "rotineiro".
Tiago começou a interessar-se pelo póquer quando, há cerca de três anos, ouvia na Eurosport os comentários de João Nunes sobre uma final de póquer. Percebeu naquele momento que este jogo "não é só sorte". Mas a primeira experiência surgiu ao ver jogar um amigo. Tiago decidiu, então, arriscar dez dólares. Correu bem. Muito bem, para um principiante.
"Ganhei para um mês de finos, cafés e até para almoços na cantina da Universidade". A primeira aventura seria apenas o começo da "carreira". E Tiago começou pelo princípio, a teoria. "Já perdi a conta aos livros que li sobre póquer, mas também participo em fóruns de discussão sobre o jogo. Tem de haver uma actualização contínua", explica, lembrando que a melhor forma de se tornar um bom jogador é "jogando".
"Parece um jogo fácil, mas é complexo e está longe de estar resolvido. Tem de se estar sempre um nível à frente dos adversários. E isso é que é estimulante", explica. A ideia do apartamento surgiu para impor uma "maior disciplina" de trabalho.
Também tem a vantagem de permitir trocar impressões com os colegas, um deles recentemente campeão da etapa de Varsóvia do Pokerstars European Poker Tour.
Segundo Nuno Rocha, do Everest Gaming, um dos sites de jogo de póquer mais conhecidos, em Portugal são já cerca de 80 mil os que, on-line, ou ao vivo, jogam póquer.
Como podem verificar, o póquer está cada vez mais presente na comunicação social portuguesa.O Tiago é apenas um exemplo de entre muitos jovens e menos jovens que estão a aproveitar o seu talento nesta modalidade desportiva para encetarem uma carreira pouco convencional aos olhos de quem não esteja capacitado para entender o fenómeno. Mesmo não tendo uma personalidade fácil, o Tiago "Addict" Lopes é um jogador impressionante, com grandes conhecimentos técnicos e estratégicos, pelo que foi um grande prazer ter partilhado com ele a final table do Solverde #9. Felicidades para a sua aposta no profissionalismo. Notícia original por esta ligação.

1 comentário:

Tacuara disse...

Provavelmente, o jogador mais dificil de ter na mesa, em Portugal