BAD BEATA-MOS. Que a Paradise é a sala das bad beats toda a gente sabe no mundo do póquer. Depois de uma primeira tareia de straight no flop com olim imediato, callado por flush draw premiado no turn, havia que voltar à luta numa nova mesa de €3+,03 que pagava a 4. Com AA numa das primeiras mãos, dá-se o raise/call, com o vilão a raisar no flop em straight draw e a levar com push all-in, respondendo com K7, e vindo de trás para completar uma hiper-sequência de 7 até King. Fantástico. Em pote de 3045, restam 30 fichas para o nosso lado. Eliminação praticamente certa e novamente de forma inglória.
COMEBACK 1. A maré começa a virar logo a seguir. Com 77 só havia uma coisa a fazer: jogar a stack de 30 fichas. A acção dos outros players deixa-me em confronto com o A8 do vilão, que beneficia de um par no flop, mas uma bisca no river mantém o Hooligato vivo com um pote volumoso de 190 fichas.
COMEBACK 2. Com sangue frio, paciência, fé e alguma raiva à mistura, o Hooligato espera pelo momento certo para tentar nova investida. Quando bate A5, a vibração faz-se sentir. Hora de pushar. De repente, a mão decide-se heads-up contra o 56 de vilão. Ace no flop e festa na aldeia com um pote de 785 fichas a permitir a recuperação da famosa expressão de José Torres: deixem-me sonhar.
COMEBACK 3. O póquer tem destas coisas e as marés viram com muita facilidade. De repente, ficam apenas 4 players em combate e a eliminação irremediável transforma-se em payout, ficando garantida a recuperação do investimento no buy-in. Já sem pressão, é altura de lançar as garras com A8, levando as big stacks a encolher-se e a única resposta a surgir de um JT, mas um novo Ace no flop garante que a corrente de 1170 fichas flui para o lado certo da mesa.
COMEBACK 4. O festival continua com KQ e novamente os folds a deixaram a única oposição com JT. Saída na frente, King no river e pote de 2040 no saco. Fantástico.
COMEBACK 5. O percurso foi encerrado de forma algo inglória, mas duas órbitas sem jogo deixaram a stack debilitada contra pecúlios verdadeiramente obesos de oponentes que não se agrediam. Contra um mini-raise e dois folds, havia razões para acreditar que o K8 podia ser uma mão sólida mesmo em caso de call ao push, dado ser contra um adversário que ainda não tinha vindo à liça desde o início da recuperação. Porém, o mesmo vilão que já tinha beneficiado da bad beat inicial, foi a jogo com AT e teve direito a um full house. Após tanta pressão, foi quase um alívio. O payout estava garantido e até os milagres têm limites. O prejuízo estava coberto, sendo hora de colocar todos os dados na balança, fazer uma boa análise e aprender para o futuro. Aquele pote inicial mal resolvido teria permitido o domínio da mesa com relativa facilidade, mas é nos momentos mais complicados que os "tough get going". Por isso, e para reforçar a confiança, nada como a nossa boa e velha Bwin, com mais um payout numa "short turbolenta" a encerrar a noite e a confirmar que não há motivos para cair em "tiltação".
