julho 04, 2004

PORTUGAL 0-GRÉCIA 1: Uma dolorosa desilusão...

Quando o Céu estava tão perto, custa muito mais sofrer uma desilusão. O futebol português já tem o seu MARACANAZO, um termo que surgiu quando o Brasil perdeu o Mundial de 1950, em casa, frente ao Uruguai, contra todos os prognósticos. Com treinador brasileiro, como é Luiz Felipe Scolari, ainda mais sentido faz o termo. A Geração de Ouro fica sem o troféu que tanto merecia. O povo português fica com a amargura que não merecia. O futebol tem destas coisas. Dá alegrias, mas também nos parte o coração. Deixando margem para pouco mais do que uma vitória moral... É certo que foi o melhor desempenho português de sempre numa grande competição, mas nem isso invalida o facto de ter sido também o maior barrete de sempre, ainda para mais jogando em casa contra um adversário teoricamente, e só isso, mais fraco...
A organização e a perseverança defensiva da Grécia falaram mais alto do que o talento dos nossos jogadores. Mostraram que não precisam de ter super-craques para se superiorizarem, enquanto colectivo, aos melhores adversários. Honra seja feita ao seu esforço, ainda para mais sem Karagounis, o seu melhor médio-criativo. Como se não bastasse, o público helénico deu uma força tremenda à sua equipa nas bancadas da Luz, mostrando que nada adiantam as manifestações folclóricas pelas ruas e os cordões humanos quando tudo corre bem se depois, nas bancadas, as pessoas se entregam facilmente... o país organizador parecia que estava a jogar fora. De qualquer forma, já estamos habituados a tombos muito piores. O Mundo não acabou, e daqui a dois anos temos o MUNDIAL'2006, espero que com uma Selecção Nacional renovada.