novembro 15, 2006

Ministro defende que jornalistas devem ser escrutinados por serem fonte de influência

O ministro dos Assuntos Parlamentares, que tutela a pasta da Comunicação Social, defendeu hoje que os jornalistas devem ser escrutinados enquanto fonte de influência, já que uma dos componentes da democracia é o controlo do poder.
“Aqueles que escrutinam a democracia têm de ser escrutinados pela democracia”, afirmou Augusto Santos Silva durante o encerramento do II Seminário Internacional Media, Jornalismo e Democracia, subordinado ao tema “Jornalismo e Actos de Democracia”, a decorrer desde segunda-feira em Lisboa.
O ministro, que considera que o jornalismo “é um acto de democracia”, por ser o que dá aos cidadãos “os direitos à voz e à informação”, lembrou que o jornalismo é também considerado como “o quarto poder ou o quarto do poder”.
O escrutínio dos jornalistas implica, segundo o responsável, “interpelar a definição de agenda” – que é, na opinião de Santos Silva, “um dos poderes essenciais” do jornalismo. Isto porque determina se um acontecimento ou uma declaração é dado a conhecer e tomado como importante ou se é menosprezado tornando-se desconhecido do público.
Por outro lado, defendeu, o respeito do jornalismo pelos direitos pessoais “e, sobretudo, de personalidade”, é outro dos pontos que deve ser verificado, tal como a forma como são assegurados “o pluralismo de opiniões e a diversidade de correntes”.
O ministro defendeu não ser necessário “que os jornalistas actuem como se fossem um corpo estranho ao poder” para controlarem esse poder com imparcialidade. “Não precisamos que os jornalistas actuem como se qualquer contacto com o poder fosse uma contaminação com lepra, só precisamos é da capacidade deles se auto-regularem”, concluiu.

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