As conferências de imprensa com a sessão de perguntas e respostas parece estarem em vias de extinção em Espanha. Realizadas para dar uma informação sobre qualquer questão e posteriormente pretexto para esclarecer os jornalistas sobre assuntos mais pormenorizados, as conferências de imprensa começam, e não será só em Espanha, a ter um sentido diferente daquele a que lhes deu origem.
Agora, principalmente nas conferências de carácter político, parece estar na moda fazer apenas uma declaração inicial, sem se dar, depois, direito aos jornalistas para interrogarem os promotores da dita conferência.
Aconteceu recentemente em Espanha, na apresentação do candidato do PSOE à Câmara de Madrid, quando o presidente do Governo, José Luis Zapatero se limitou a ler uma declaração sem abrir espaço à sessão de perguntas.
Idêntica fórmula foi utilizada por Mariano Rajoy, líder do PP, na altura em que convocou a imprensa apenas para ler um texto de cinco folhas, recusando-se posteriormente a responder aos profissionais da comunicação social.
Essa "moda" está a gerar fortes contestações e o protesto chegou através da Associación de La Prensa de Madrid (APM). Para o presidente desse organismo, Fernando González a grande maioria dos jornalistas espanhóis de informação política estão a ficar saturados com a atitude dos políticos, que "se limitam a fazer uma declaração inicial, retirando-se logo de seguida".
Esta tipo de atitude "põe em causa", segundo Fernando González, "os direitos dos cidadãos, nomeadamente o direito a uma informação contrastada e completa".
Os jornalistas espanhóis pretendem acabar com aquela prática recente e reclamam o seu direito de questionar os políticos, confrontando-os com as respectivas declarações produzidas.
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