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Jornal de Notícias publica hoje uma história sobre a investida do Departamento de Investigação e Acção Penal do Ministério Público sobre a Betexp. Supostamente, foram apreendidos 7 milhões de euros. No entanto, ao contrário de tudo o que é dito e escrito, a Betexp não tem absolutamente nada a ver com apostas desportivas, nem faz sentido a analogia com as queixas do futebol ou a batalha legal da Bwin para poder operar no mercado português.
No caso da Betexp, trata-se apenas de um "esquema de pirâmide", ou "Ponzi", que promete ganhos mensais garantidos sem qualquer risco, utilizando apenas umas salas de apostas fantoche sem qualquer actividade como fachada e alegando que os lucros vinham de situações de contra-aposta na internet. Por muito que as autoridades tenham arquivado essa acusação por falta de provas, a realidade é indesmentível, dado que tivemos acesso ao sistema interno da empresa e sabemos do que estamos a falar.
Para além disso, temos gente de nossa confiança que trabalha na mesma rua onde essa empresa tinha a sede no Porto e, ao fim-de-semana, quando o futebol tem maior actividade, o parque automóvel normalmente cheio de veículos de alta cilindrada em horário laboral, durante a semana, estava sempre deserto.
A questão de fundo, aqui, é que a regulamentação do jogo online vai avançar este ano e interesses muito poderosos estão a mover-se no sentido de condicionar o governo. Esta situação de alegada fraude e branqueamento de capitais, por parte da Betexp, deve ser investigada e punida, se for caso disso, mas não podemos misturar o trigo com o joio.
Existem empresas legítimas que querem operar em Portugal, tanto apostas como póquer, da mesma forma que os apostadores e jogadores estão disposto a lutar pela sua liberdade de escolha. Nenhuma cortina de fumo poderá encobrir essa realidade.