O grande golo pelo Inter, contra a Roma, tornou-o mundialmente famoso. Chama-se Pelé e está a caminho de ser o Patrick Vieira do futebol português. Ainda que o olho clínico do Futsabado aconselhasse a permanência em Itália, às ordens de Mourinho. Mas o futebol tem timings especiais e, sem trinco no Dragão, podem abrir-se portas interessantes para este jovem com nome de velha glória.
Na época do Vitória de Guimarães no inferno, com 18 anos, estreou-se na Liga de Honra no decorrer da 5ª jornada, com o Chaves, e selou a titularidade na ronda seguinte frente ao Gil Vicente. “Nasci e cresci com a bola nos pés. Não é uma frase feita, é a verdade”, confessou ao famoso repórter "Roc Roc".
Aos 5 anos já jogava no Boavista. Era conhecido por Vítor Hugo, mas seria por pouco tempo. A alcunha de Pelé vinha a caminho, forjada aos 6 anos de idade e quando parecia um avançado dos bons. “Não seria tanto pelo aspecto físico, mas pelo toque de bola e rapidez. Marcava muitos golos. O treinador Valdemar começou a chamar-me Pelé”, sorri. Ficaria no Bessa até aos 13 anos.
A verdade é que, nesse ano, mudou-se para o Salgueiros, onde permaneceu três épocas. Com efeito, o mundo do futebol deu-lhe mais argumentos e possibilita-lhe viver uma experiência (pouco luminosa) durante 6 meses no Benfica, em 2005/06. Recém-chegado à capital, não conseguiu assimilar a nova realidade de um destino contrariado pela ausência da família. “Não consegui adaptar-me da melhor forma. O Benfica é um clube muito grande e preferi voltar para junto dos meus pais. Queria jogar no Norte”, sustenta. Deixou Lisboa para rumar aos juniores do V. Guimarães pelas mãos de Rogério Gomes. Quem tem memória, porém, não esquece a vergonhosa actuação dos encarnados da Luz em relação aos encarnados de Paranhos depois de Luís Filipe Vieira ter chorado lágrimas de crocodilo prometendo ajuda: "Aproveitando-se da situação difícil que o Salgueiros vive, o Benfica, numa atitude inqualificável - traiçoeiramente, pela calada - contactou os nossos jogadores Pelé e Joel, tendo assinado com o primeiro um contrato de trabalho e integrado o segundo numa deslocação à Suiça que a sua equipa de juniores realizou."
Em Agosto de 2007, aconteceu o que é normal no futebol português. Manuel Cajuda achou que Pelé não contava para o seu totobola em face dos portentosos Flávio Meireles, João Alves e Moreno que já tinha para o meio-campo e o Vitória de Guimarães preferiu encaixar 2 milhões no imediato despachando o jogador para o mesmo Inter de Milão que não parece muito disposto a deixá-lo sair no negócio de Quaresma, até porque firmaram um vínculo até 2012 e percebem que há ali margem de progressão. Agora, se Pelé for mesmo envolvido na transacção e o seu passe valorizado em 10 milhões de euros, o Salgueiros ainda pode sacar à volta de 150 mil euros pelos direitos de formação.