junho 07, 2005

FIFA adere aos princípios Anti-Tourada dos SUPER8

Lembram-se deste lance? Aconteceu a 17 de Abril, no Sp. Braga-Belenenses. Sousa entrou desta maneira sobre João Alves e sabem o que lhe aconteceu? Nada. Numa altura crucial da temporada, Jesualdo Ferreira ficou sem o seu melhor jogador do meio-campo, tendo a sua falta contribuído fortemente para a quebra dos arsenalistas. Um estiramento do ligamento lateral interno do joelho direito deixou João Alves fora de combate. Nem mesmo a Comissão Disciplinar da Liga tomou medidas, suspendendo o jogador do Belenenses pelo tempo em que o seu colega de profissão do Sp. Braga estivesse parado. É este o clima de permissividade que existe na SuperLiga, e que redunda não raras vezes em touradas dentro de campo. Uma distorcida noção de virilidade latina conduz a muitas faltas e pouco futebol. Por vezes, parece que comprámos bilhete para o espectáculo errado...
Pois bem, e segundo contou o MaisFutebol, os defesas mais impetuosos do futebol português já estão avisados: a partir de agora um "tackle" mais vigoroso pode valer cartão vermelho directo, mesmo que não seja efectuado por detrás. Esta é uma das alterações às leis do jogo mais significativas, resultante da reunião do International Board de Fevereiro, e já foi comunicada aos clubes pela FPF. A alteração à lei 12 retira a expressão "por detrás" à formulação da Decisão 4 e passa a abranger no mesmo critério (jogo brutal) todas as entradas que lesionem ou pudessem ter lesionado um adversário.
Entre as medidas do documento agora enviado pela FPF, e que vão entrar em vigor na próxima época, regista-se também o facto de os jogadores da equipa que defende terem de respeitar uma distância mínima de dois metros nos lançamentos laterais. Nos penáltis, caso haja irregularidade de um jogador da equipa que o marca e a bola não entrar, o jogo passa a recomeçar com um livre indirecto para a equipa que defende.
Definido fica também um limite máximo de seis substituições para os jogos de Selecções A, limite esse que pode ser alterado nos jogos de outra natureza, desde que haja acordo dos participantes e o árbitro seja informado. Por fim, registe-se que na eternamente polémica Lei 11, relativa ao fora-de-jogo, passa a estar explícito que os braços de um jogador não contam para a definição da sua posição em campo: apenas a cabeça, tronco e pernas são considerados.
O comunicado da FPF confirma também as medidas que estão em regime experimental, a começar pela bola com um chip que pretende tirar dúvidas em cima da linha de baliza, com testes marcados para o Mundial de sub-17 e o Mundial de Clubes, no Japão. Há outras alterações em teste. Na primeira, caso o árbitro assinale uma falta, canto ou lançamento lateral contra uma dada equipa, os jogadores dessa equipa não podem voltar a tocar na bola até a sanção ser executada (cartão amarelo). Outra medida prevê que em caso de golo, os jogadores da equipa que marca não podem ir ao fundo da baliza buscar a bola, já que o recomeço será sempre da equipa que sofre o golo (cartão amarelo). As medidas vão ser testadas nos Mundiais de sub-20 e de sub-17, e discutidas na próxima AG da FIFA.

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