abril 18, 2007

"Fórmula um" dos aviões no Douro a 1 de Setembro


A "pista" de competição da Fórmula 1 dos aviões, que pela primeira vez terá uma etapa em Portugal, mais precisamente no rio Douro, vai ficar entre a ponte de Luís I e o viaduto de Massarelos, no Porto. A etapa do Red Bull Air Race vai realizar-se no dia 1 de Setembro, conforme o JN já noticiou, mas as máquinas que atingem os 400 quilómetros por hora, em voos de baixa altitude, deverão chegar ao Porto a 29 de Agosto, para efectuar os treinos preparatórios. "A escolha do local por parte da Red Bull Air Race teve que ver com a beleza natural do cenário entre as duas margens do Douro, considerado mediaticamente bastante atractivo. A segurança constitui a principal preocupação dos organizadores, num acontecimento aeronáutico que terá um impacto fortíssimo no turismo da região, cuja capacidade hoteleira será esgotada", diz a Câmara do Porto, na sua revista deste mês. É a primeira vez que a autarquia portuense anuncia, oficialmente, a iniciativa, que acredita poder vir a ser "um dos maiores acontecimentos de sempre realizados no nosso país". No ano passado, a etapa de Barcelona (Espanha), segundo a organização, atraiu perto de um milhão de entusiastas. Na primeira etapa do campeonato deste ano (o circuito mundial disputa-se desde 2005), em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, cerca de 250 mil pessoas acompanharam as provas. No próximo sábado, os pequenos aviões vão voar nos céus do Rio de Janeiro (Brasil).
A competição consiste numa corrida contra o tempo, durante a qual o piloto (o pelotão deste ano conta com 14) tem de cumprir um determinado percurso e efectuar uma série de acrobacia. O trajecto é definido por colunas insufláveis com mais de 20 metros de altura. Quem não cumprir o trajecto definido ou realizar manobras proibidas, sofre penalizações. São essas "torres insufláveis", então, que vão ser colocadas no rio Douro, entre a ponte de Luís I e o viaduto de Massarelos. "O ponto de partida estará situado sob o tabuleiro inferior da ponte de Luís I", explica a Câmara do Porto. Fonte da organização tinha já adiantado ao JN que a base da competição deverá ficar na Avenida da Boavista. A artéria transformar-se-á em pista aeronáutica, quase dois meses depois da "conversão" em pista automobilística, para receber os bólides do Grande Prémio da Boavista.
A organização do Red Bull Air Race não envolve, apenas, a Câmara do Porto. Também a Câmara de Vila Nova de Gaia está envolvida no projecto, cujos pormenores já vêm sendo discutidos há muitos meses. Os interessados podem saber mais acerca da competição no site www.redbullairrace.com.

Jornal dedicado ao futebol Distrital do Porto

A saída do primeiro número de "O distrital" está marcada para amanhã. Trata-se de um semanário, sediado em Vila Nova de Gaia, que tem como objectivo falar dos campeonatos distritais da Associação de Futebol do Porto, e também de futsal, englobando todas as categorias, dos infantis aos seniores.
Uma estrutura de uma dezena de pessoas integra o novo título que é, de momento, exemplar único no nosso país. O corpo redactorial é composto por quatro jornalistas recém-licenciados que já trabalham no sector desportivo.
"A ideia é dedicar um jornal aos milhares de atletas a quem não é habitualmente atribuído o devido valor. Só em seniores, a AF do Porto conta com 230 clubes", esclareceu Pedro Ferreira, subdirector de "O Distrital" . Com um preço de capa de 60 cêntimos, o novo jornal - ontem apresentado, nas Caves Cálem - espera que "a publicidade o torne um projecto viável", disse ainda Pedro Ferreira.

Ligações:
Site sobre Futebol Distrital: http://comabolanospesdistrital.blogspot.com

abril 10, 2007

FC Porto rasga "O Jogo" no seu sítio oficial

09-04-2007 FUTEBOL
Vírus 24 Horas continua a propagar-se

Ao ritmo de um vírus que se propaga de forma silenciosa, e já depois de ter infectado as páginas do Jornal de Notícias, que ainda hoje mente descaradamente em relação à confirmação de uma notícia sobre o F.C. Porto, a estirpe 24 Horas chegou agora ao jornal O Jogo, espalhando sintomas evidentes de sensacionalismo e falta de verdade. Os princípios do jornalismo são vacinação inócua para tamanho despudor. Quais serão os limites desta infecção?

Importa referir, em jeito de ponto prévio, que a manchete desta segunda-feira de O Jogo é falsa. Não é verdade que o treinador do F.C. Porto se tenha escusado a conversar com o atleta Rui Costa, entre outras inverdades que, pelos vistos, sustentam a nova política editorial do diário desportivo e que apenas contribuem para intoxicar a opinião pública. Jesualdo Ferreira é o treinador da equipa principal de futebol do F.C. Porto e serve a sua entidade patronal com os direitos e os deveres de qualquer profissional. Associá-lo permanentemente a uma entidade patronal anterior não é próprio de quem actua de boa fé.

O Jogo podia e devia ter procurado confirmar a informação que terá (?) recebido de uma fonte não identificada. Se o tivesse feito, estaria a reger-se pelos princípios éticos e deontológicos que norteiam a Comunicação Social e a marcar um fosso imenso com quem consume papel a inventar. Se optasse por contactar o F.C. Porto para validar ou invalidar o relato envenenado que publicou, podia ter escapado ao ridículo e à colagem ao elenco crescente dos sensacionalistas.

Os leitores percebem os intuitos deste novo posicionamento. É muito fácil escrever alicerçado em fontes por nomear e descurando a obrigatoriedade de confrontar intervenientes. Ao jornalista, todavia, compete muito mais que a mera criação. A Comunicação Social não deve ser arbitrária ou sectária, apesar da insistência de mentes perversas que, pelos vistos, se reproduzem ao ritmo da inveja. Mas o F.C. Porto já está vacinado. E atento.

Notícia verdadeira sobre o Sporting deu sanção ao Público no Supremo Tribunal

Ao Supremo Tribunal de Justiça condenou o jornal ‘Público’ a pagar uma indemnização de 75 mil euros ao Sporting por ter divulgado que o clube tinha uma dívida ao Estado, desde 1996, de 460 mil euros.
Apesar de o teor da notícia ter sido dado como provado, ou seja, que existiu incumprimento das obrigações fiscais, os conselheiros da sétima secção cível do tribunal entenderam que o Sporting foi lesado no seu bom-nome e reputação.
“É irrelevante que o facto divulgado seja ou não verídico para que se verifique a ilicitude a que se reporta este normativo, desde que, dada a sua estrutura e circunstancialismo envolvente, seja susceptível de afectar o seu crédito ou a reputação do visado”, lê-se no acórdão de 8 de Março, subscrito pelos conselheiros Salvador da Costa, Ferreira de Sousa e Armindo Luís.
O Sporting processou o ‘Público’, em 2001, mas, realizado o julgamento, os jornalistas foram absolvidos. O clube, então presidido por Dias da Cunha, recorreu da decisão e, em Setembro de 2006, o Tribunal da Relação de Lisboa confirmou a decisão da primeira instância.
No entanto, após novo recurso, o Supremo veio agora contrariar as duas decisões anteriores. Apesar de o teor da notícia ter sido dado como provado, os conselheiros concluíram que os jornalistas agiram de “modo censurável do ponto de vista ético-jurídico”, entendendo que o direito à honra se sobrepõe ao dever de informar – decisão que deixou os responsáveis do jornal diário perplexos.
“Atendendo à ênfase que a Declaração universal dos Direitos do Homem dá ao direito à honra e à reputação, expressando que ninguém sofrerá ataques em relação a ela, no confronto com a menor ênfase dada ao direito de expressão e de informação, a ideia que resulta é a de que o último é limitado pelo primeiro”, lê-se no acórdão do STJ. Assim, os conselheiros concluem que os jornalistas “agiram na emissão da notícia em causa de modo censurável” com a “publicação ilícita e culposa da notícia”.
O Sporting pedia uma indemização de cerca de 500 mil euros, mas neste ponto os juízes determinaram um sétimo do valor pretendido: 75 mil euros por danos não patrimoniais. Entenderam os conselheiros que “não havia em concreto interesse público na divulgação do que foi divulgado”, situação que ofendeu o “crédito e o bom-nome do clube de futebol, que disputa a liderança da primeira liga”.

abril 06, 2007

Existem 72 milhões de blogs na rede

A cada dia são criados 120 mil "diários on-line", o que corresponde a três a cada dois segundos.
Até ao final do mês de Março, tinham sido criados 72 milhões de blogs, sendo os japoneses os autores com maior número de textos publicados nos seus espaços on-line, segundo um estudo hoje apresentado.
Desde Março de 2005 até ao período homólogo de 2007, o número de blogs passou de oito milhões para os 72 milhões, segundo o relatório "State of the Live Web", compilado pela empresa americana Technorati, que se dedica a estudar o desenvolvimento e evolução da blogosfera.
Esta popular tecnologia de diários pessoais on-line, que explodiu há cerca de cinco anos, espalhou-se a todo o mundo, tendo como "clientes" mais activos os japoneses, seguidos dos autores em língua inglesa e da comunidade chinesa, indicou a Technorati.
Nos países com política repressora também se registou um aumento do número de "jornais pessoais", como por exemplo no Irão. A cada dia, em 2007, são criados 120 mil novos blogs, o que corresponde a três blogs a cada dois segundos, enquanto em Março de 2005, eram criados 25 mil por dia. Mesmo assim o crescimento da blogosfera abrandou, deixando de crescer o dobro a cada seis meses, para crescer o dobro em cada ano, segundo David Sifry, fundador da Technorati.
A taxa de crescimento pode, no entanto, estar errada uma vez que, segundo Sifry, existem de plataformas em alguns países, como o Skyblog em França, que não estão incluídas nas pesquisas da Technorati. Para Ethan Zuckerman e Rebecca MacKinnon, fundadores da Global Voices Online, que monitoriza os conteúdos de blogues, podem existir outras razões para este número não estar correcto. Entre as razões são apontadas a diferentes ferramentas e técnicas existentes em todo o mundo para fazer uma contagem correcta do crescimento da blogosfera.
Ethan Zuckerman e Rebecca MacKinnon não desvalorizam o trabalho da Technorati, mas acreditam que a empresa não consegue monitorizar todos os blogs.

abril 02, 2007

Jeff Jarvis: Jornalistas e cidadãos devem trabalhar em rede

Os jornalistas e os cidadãos comuns devem trabalhar em conjunto, formando redes que permitam expandir as notícias, disse à Lusa Jeff Jarvis, professor de Jornalismo na Universidade de Nova Iorque. "Temos de reconhecer que qualquer pessoa pode ser jornalista", afirmou Jeff Jarvis, à margem do 8º Simpósio Internacional de Jornalismo Online, organizado pela Universidade do Texas, a decorrer em Austin, nos Estados Unidos.
Jarvis referiu que deixou de falar em "jornalismo de cidadãos" porque reconheceu que "talvez seja um mau termo" para definir o que os cidadãos estão a fazer aproveitando as facilidades de registo e publicação permitidas pelas novas tecnologias e pelos novos media. Em alternativa, propôs que se faça "jornalismo em rede", juntando o melhor que os jornalistas e os cidadãos comuns possam dar em favor de um novo jornalismo, mais vasto e mais aberto do que o que dominou até ao final do século XX.
"Não é uma guerra entre nós, os jornalistas profissionais, e eles, os cidadãos. E expandir as notícias. Estamos a viver um momento magnífico e excitante para se ser jornalista, porque o jornalismo está a mudar", frisou o director do programa de jornalismo interactivo da "City University of New York".
Jeff Jarvis salientou que há actualmente "toda uma série de novas oportunidades de recolher e partilhar notícias de maneiras diferentes", usando ferramentas como os telemóveis das novas gerações e as câmaras de vídeo digitais. Paralelamente, defendeu, é agora possível ser mais autónomo, utilizando as ferramentas da Internet que possibilitam a auto-edição, como os blogues.
"Nos velhos tempos, tínhamos que passar três anos como repórteres, quatro anos como 'copy-desk' e seis anos a fazer mais não sei o que para chegarmos a editores. Esses dias acabaram", frisou.
Para o autor do blogue Buzz Machine, um dos mais lidos sobre media, o "jornalismo em rede" tem de ser feito "nos dois sentidos", com uma participação activa dos cidadãos que querem colaborar no processo noticioso, através de fotografias, vídeos, textos ou de informações que funcionem como pistas para investigação jornalística.


Contribuição de todos
"Como diz Dan Gillmor [autor do livro "Nós, os Media"], o público sabe mais do que os jornalistas. A verdadeira interactividade é como uma parceria. Alguns querem jazer jornalismo, outros não, mas todos querem contribuir. O nosso desafio é juntar todos, e saber como organizar tudo isto", afirmou.
Jeff Jarvis salientou que já há muitas experiências bem sucedidas de equipas mistas, reunindo jornalistas profissionais e amadores (algumas das quais foram apresentadas no simpósio de Austin), mas este novo cenário não deixa de ser polémico.
"Há uma grande controvérsia nos Estados Unidos a propósito do chamado 'jornalismo de cidadãos'. Há dois problemas: Quem é que faz jornalismo? São os jornalistas, não é a audiência. O segundo problema é legal. O cidadão-jornalista e o jornalista profissional não têm os mesmos direitos", afirmou.
Contudo, para Jarvis, "não é tão importante como isso saber quem faz jornalismo", mas sim se esse jornalismo é melhor e mais credível, dado que é uma actividade que deixou de ser um exclusivo dos profissionais.

"Mais longe, mais perto, mais depressa"
O professor universitário explicou que considera uma "expansão" do jornalismo o que a revolução digital está a permitir, dado que as notícias agora podem chegar, simultaneamente, mais longe, mais perto, mais depressa, com mais fontes de informação e através de novas formas de partilha.
"Devemos repensar o que é o jornalismo", disse, defendendo uma prática mais consentânea com a realidade actual, de difusão instantânea de informação por múltiplos meios. Na opinião de Jeff Jarvis, um site noticioso "não precisa de duplicar o que o outro faz", mas sim apostar em histórias próprias, marcando a diferença. "É uma nova arquitectura das notícias. Faz o que fazes melhor e 'linka' [faz uma hiperligação] para o resto", afirmou.