A Casa de Imprensa, associação mutualista que tem como sócios jornalistas, vai tentar cativar associados de outras profissões e oferecer novos serviços para tentar ultrapassar a crise que atravessa depois do fim do financiamento público da Caixa de Jornalistas.
Com o fim do financiamento público da Caixa de Jornalistas, a Casa de Imprensa também foi afectada, porque oferecia aos associados um serviço com cobertura do subsistema de saúde dos jornalistas.
Durante este ano, a associação centenária continuou a comparticipar em 50% os actos médicos dos seus associados, suportados por activos próprios, mas esta situação é insustentável a médio prazo.
Por isso, o conselho de administração da Casa de Imprensa delineou uma estratégia que passa pela oferta de novos serviços e o alargamento da associação mutualista a trabalhadores das empresas de Comunicação Social, incluindo os meios audiovisuais, directores de comunicação de empresas, trabalhadores de empresas de comunicação legalmente constituídas e autores de obras literárias, científicas ou artísticas.
Esta estratégia, segundo o membro do conselho de administração José António Santos, vai ser apresentada na assembleia-geral de 12 de Dezembro, com a apresentação e votação das propostas de alteração dos estatutos e do projecto de regulamento de benefícios.
«O objectivo é refundar a Casa de Imprensa», disse à agência Lusa José António Santos, sublinhando que a associação «precisa de mais associados para viver mais três anos a edificar os alicerces da sua acção mutualista».
Sustentando que com apenas 1.500 associados, como tem actualmente, é impossível a Casa de Imprensa assumir-se como uma associação mutualista, José António Santos adiantou que uma das alterações aos estatutos propostos pela administração é que o «universo de massa crítica seja alargado».
Mas a estratégia da Casa de Imprensa passa também pela oferta de novos serviços, entre os quais «Posto de Emprego», ou seja, um serviço idêntico ao que é prestado pelos médicos colocados nas empresas para atender os respectivos trabalhadores, nomeadamente passar receitas ou exames médicos.
Este serviço vai resultar de um protocolo com o Ministério da Saúde e tem um prazo de concretização «imediato», disse José António Santos.
A Casa de Imprensa pretende ir ainda mais longe e prevê estabelecer um convénio com o Ministério da Saúde, durante o primeiro trimestre do ano, para a criação do «Médicos em Concorrência».
Este serviço vai possibilitar aos associados da Casa de Imprensa consultas de médico de família, idênticas às que são oferecidas nos Centros de Saúde.
Para tal, os utentes deixam de estar inscritos nos Centros de Saúde e passam a ser acompanhados pelo médico da Casa de Imprensa, que pode, inclusivamente, passar «baixas», só permitidas aos médicos do Serviço Nacional de Saúde.
Estes dois novos serviços são alguns dos «trunfos» que a Casa de Imprensa tenciona usar para atrair mais associados, uma condição para a sustentabilidade da associação mutualista, depois do Governo ter deixado de comparticipar as despesas de saúde da Caixa dos Jornalistas.
Outra das propostas que será feita na assembleia-geral é a redução do valor das quotas mensais, que actualmente tem o valor de 16,65 euros.
José António Santos acredita que com uma forte campanha de divulgação vai ser possível aumentar o número de associados da Casa de Imprensa, mas salientou que a instituição ainda tem outros problemas por resolver, nomeadamente de reorganização interna, modernização em termos administrativos e melhoria das boas práticas administrativas e de contabilidade.
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