abril 06, 2005

SESSÃO PIRATA: Recordistas 11-9 Super8

Uma boa SESSÃO PIRATA para queimar toxinas. Os SUPER8 perderam, mas podem orgulhar-se de um importante triunfo: mantiveram a fidelidade à sua forma de estar em campo e conseguiram demonstrar que, através da sua via, com mais alguns minutos de jogo, o desfecho teria sido certamente diferente. De qualquer forma, parabéns aos vencedores.
O jogo em si foi um choque entre formas diferentes de entender o futebol: a que professa a organização, a movimentação colectiva e a entreajuda como principais armas defensivas, contra a opção pela pressão sem olhar a meios sobre o homem da bola, resultado em faltas repetidas para quebrar o ritmo. Foi um pouco um braço-de-ferro entre as ideias de homens como José Mourinho contra uma linha muito semelhante à de Jaime Pacheco, para perceberem melhor do que estou a falar. Nestes filmes, nem sempre os bons da fita levam a melhor. Se a regra das faltas do futsal tivesse funcionado, os SUPER8 iam começar a fazer remates directos à baliza logo aos dez minutos de jogo. Enfim, lamentavelmente, ainda há quem prefira um jogo futebol à portuguesa, com 60 faltas, do que uma partida da Liga dos Campeões, onde de facto se joga à bola e o normal é nem se atingirem as 20 faltas. Devem ser esses os que se consideram os grandes entendidos do pontapé na bola. Eu disse na bola? Pois...
Depois, os tais fundamentalistas do futebol como desporto de contacto, que consideram normais e não verberam tentativas de placagem contra a parede, dignas do hóquei em gelo, fazem um pé de vento quando é utilizado um braço contra eles, numa jogada da qual o autor não se orgulha e pede humildemente desculpa, mas muito menos perigosa do que várias outras. A estratégia de sobrevalorizar a consequência para esconder as causas já nem com os dirigentes desportivos resulta, mas continua a ter maus imitadores. Os anos passam, os tempos mudam, e os discípulos do "cacete" repetem-se infinitamente e não conseguem sequer descobrir argumentos novos...
Enfim, rapazes, resolvam os vossos traumas: eu também queria ter sido um grande jogador de basquetebol e não fui. Dava uns toques a jogar futebol na escola, mas quando perdi a mudança de velocidade passei a ser um jogador fraquíssimo, e depois da lesão grave que sofri só arrisco jogar entre amigos e colegas. Repito: amigos e colegas. Não malucos e frustrados que acham que vale tudo para ganhar um lance e marcar um golo, ou não deixar o adversário fazê-lo. Prefiro sofrer um golo do que varrer alguém que no dia a seguir, de manhã, tem de estar a trabalhar como eu. E ontem demonstrei isso com actos em mais do que uma situação. Metam na cabeça que os profissionais da bola ganham muito dinheiro, têm Departamentos Médicos à disposição e condições físicas e musculares que nunca teremos na vida para suportar os tais lances de contacto. É por estes excessos desnecessários e tentativas baratas de imitação que os jogos da SuperLiga deveriam passar a ser exibidos com uma mensagem no canto: "Don´t try this at home".