Editorial do
Diário de Notícias para meditar:
Depois dos problemas com o cartão de cidadão e com o número de eleitor, sabemos agora que entre os resultados provisórios apurados a 23 de Janeiro e os que foram homologados pelo Tribunal Constitucional (TC) há discrepâncias difíceis de entender.
Em Setúbal, por exemplo, entre o dia das eleições e o escrutínio definitivo desapareceram das actas eleitorais 110 mil eleitores inscritos. Já em Viseu, o fenómeno foi o inverso, ou seja, foram acrescentados 55 mil cidadãos com capacidade para votar. Estes "apagões" nuns lados e compensações noutros, multiplicam-se um pouco por todos os distritos. Mas além destas disparidades, outras há que não podem deixar de exigir esclarecimentos. Após o apuramento final do TC, isto é, já depois de contados os votos, desapareceram, como que por magia, 60 mil votantes. Como de costume, os responsáveis técnicos e políticos encolhem os ombros e respondem o habitual: "Não há qualquer responsabilidade do Ministério da Administração Interna."
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Os números provisórios, difundidos na noite eleitoral, foram os do Governo (através do MAI) e dos governos civis. Vejamos os números provisórios no caso do distrito de Setúbal: 710312 inscritos, 321573 votantes. Eis os resultados oficiais correspondentes, posteriormente divulgados, da responsabilidade do Tribunal Constitucional: 593762 inscritos, 268857 votantes. "Desapareceram" assim 116550 inscritos e 52716 votantes entre as duas contagens referentes ao distrito de Setúbal. No distrito de Braga também "desapareceram" inscritos e votantes: 42052 e 23833, respectivamente. Contudo, no de Viseu sucedeu o oposto: "apareceram" mais 45266 inscritos e 19928 votantes. E no de Lisboa apenas"apareceram" 117 inscritos e "desapareceram" 370 votantes.
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