O Sindicato dos Jornalistas (SJ) vai apresentar aos deputados uma "radiografia" do "clima de medo" nas redacções e de outras condicionantes do livre exercício da profissão. O compromisso foi assumido, ontem, pelo presidente do SJ, Alfredo Maia, como resposta ao desafio lançado pelos deputados da sub comissão parlamentar dos direitos fundamentais e comunicação social.
No final de uma audição à direcção sindical, no âmbito da discussão na especialidade do novo Estatuto dos Jornalistas, o presidente da sub-comissão, Luís Campos Ferreira, do PSD, pediu com "carácter de urgência" a revelação dos dados que levaram Alfredo Maia a referir, repetidamente, a existência de processos de "afastamento das redacções dos jornalistas com mais experiência e maior capacidade crítica". Além disso, o dirigente sindical denunciou um "clima de medo que limita o livre exercício da profissão", quer seja , na precariedade laboral, ou nas "chamadas restruturações das redacções".
"As palavras do presidente do Sindicato foram um toque a rebate que nós não podemos ignorar", concluiu Campos Ferreira, depois de obter a concordância dos outros deputados representados na comissão.
No que respeita à revisão do Estatuto dos Jornalistas, proposta pelo Governo, em relação ao qual, o SJ manifestou reservas por considerar, não estarem acauteladas, questões como os direitos de autor ou a garantia de que a quebra do sigilo profissional é uma excepção, a sessão de ontem foi marcada pelo recuo do PS. Pela voz do socialista Arons de Carvalho ficou a promessa de que será retirada da proposta a aplicação de multas aos jornalistas por infracções disciplinares.
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