A batalha campal do Lousada-Boavista

Os incidentes que marcaram o Lousada-Boavista são um perfeito exemplo de como a opinião pública confunde o que está a montante e a jusante do que realmente interessa. Nesta altura, e perante os confrontos, pedradas e comportamentos anómalos generalizados, ninguém se lembra de pedir responsabilidades ao árbitro Manuel Silva, da AF Braga. No entanto, não há explicação possível para as duas entradas assassinas que a Lousada TV filmou, não terem sido punidas com vermelho directo. Sobretudo a primeira, se tivesse sido acompanhada por uma afirmação de autoridade do juiz da partida, teria seguramente sossegado os ânimos e evitado o que se passou a seguir.
De facto, e com a experiência que tenho de futebol, custa-me a perceber como um jogo que estava resolvido a favor da equipa da casa pode justificar a impulsividade exacerbada que levou os jogadores do Lousada a varrer os axadrezados sem sanção adequada do árbitro. Os 4 triunfos consecutivos que tiraram o Boavista da condenação certa tiveram alguma coisa a ver com o assunto? Perante aquele cenário, Vítor Paneira descontrolou-se, errou ao promover o contacto físico com o senhor Manuel Silva, mas o mínimo que podemos dizer é que não era fácil manter a calma. A partir do momento em que a chama foi ateada, o incêndio propagou-se às bancadas e continuou fora do estádio. O pirómano, quase que aposto, vai passar impune por entre as gotas da chuva.