Cinco anos depois da assinatura do contrato-programa entre a Câmara de Gondomar e o Governo, apenas uma das obras previstas no projecto Polis está pronta. A recuperação da Casa Branca de Gramido (onde, em 1847, foi assinada a convenção que pôs fim à guerra entre libeirais e miguelistas) está quase feita e em vias de ser inaugurada. O centro de desportos náuticos de Valbom está em construção (longe da conclusão) e a requalificação da marginal, incluindo a criação de corredores verdes e ciclovias, ainda não avançou no terreno.
Todavia, ao contrário do que aconteceu em outros concelhos que tiveram obras do Polis, em Gondomar, onde se prevê recuperar 4,5 quilómetros de marginal junto ao Douro, não há qualquer relógio gigante a contar os dias que faltam para o final do prazo da empreitada, avaliada em 15 milhões de euros.
Até porque não se sabe, publicamente, quando estará concluído o projecto. A primeira data apontada era o final de 2005, mas o próprio Governo adiou o projecto, devido a dificuldades financeiras. Contactada pelo JN através da respectiva assessoria de Imprensa, a Câmara de Gondomar limitou-se a referir que as duas empreitadas mais relevantes (Casa de Gramido e centro de desporto náuticos) estão no terreno. Quanto a prazos definitivos, não houve resposta. Nem Valentim Loureiro, presidente da autarquia, nem José Luís Oliveira, vice-presidente e vereador que tutela o Polis, estiveram disponíveis para dar esclarecimentos.
A situação do Polis de Gondomar está a preocupar, contudo, a oposição socialista. Os deputados Isabel Santos e Fernandos Jesus apresentaram mesmo, na Assembleia da República, um pedido de esclarecimentos ao Ministério do Ambiente e de Ordenamento do Território, pretendendo saber quais as obras efectivamente incluídas no Polis e os respectivas prazos de conclusão. O documento indica que o prazo da empreitada esgotar-se-á em 2008. Em declarações ao JN, Isabel Santos disse temer que, dado o atraso dos trabalhos no terreno, o município possa perder o direito a verbas de obras por fazer.
"Há também uma clara falta de informação à população sobre o que é o Polis. Há uma completa nebulosa sobre isto, uma opacidade extrema e incompreensível", criticou Isabel Santos, admitindo que será "muito difícil" cumprir prazos quanto à empreitada. "Seria intolerável perder as verbas, dada a desqualificação da marginal", alertou, ainda.
1 comentário:
guterre.... GONDOMAR! GONDOMAR!
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